sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Câncer de mama mata 250 mulheres

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O auto-exame e a mamografia são essenciais para detectar cedo a doença, o alerta foi feito no XIV Congresso Brasileiro de Mastologia, no hotel Oásis Imperial
SILVANA TARELHO
Detectado em fase inicial, o câncer de mama tem 90% de chance de cura. Mas, predomina o diagnóstico tardio
Cerca de 12 mil mulheres morrem por ano no Brasil devido ao câncer de mama, estima a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Sem um número preciso de mortes, a presidente da SBM-CE, Márcia Freitas, afirma que a cada 36 minutos uma brasileira morre da doença. No Ceará, ano passado, foram diagnosticado em torno de 1.460 novos casos, destes 669 só em Fortaleza. Em 2006, cerca de 250 mulheres morreram por causa da doença.

Na busca de discutir os avanços no tratamento do câncer de mama, acontece até o próximo dia 20 o XIV Congresso Brasileiro de Mastologia, no hotel Oásis Imperial. Durante o evento, em média mil profissionais da área trocarão experiências dos novos tratamento no Brasil e no mundo.

Um dos fatores mais preocupantes para o tratamento da doença é o pequeno número de mulheres que fazem a mamografia. Apenas 23% das brasileiras submetem-se ao exame, em decorrência disso, cerca de 60% dos casos são diagnosticados em fase avançada da doença. “A cada dez casos, sete são detectados quando o câncer está em estágio elevado, espalhando-se para outras partes do corpo”, afirma Márcia Freitas.

Como avanço nos tratamentos, a presidente da SBM-CE afirma ter dois “boons”. O tratamento cirúrgico, com a oncoplástica, que busca unir o tratamento à estética; e o tratamento clínico, com as Drogas de Alvo-Dirigidos, que são novos medicamentos mais direcionados à doença e aos tumores.

“Hoje, além da preocupação da cura, temos o cuidado com a estética. Pois, as mulheres já ficam muito abaladas com a doença. A união do tratamento com a cirurgia plástica é fundamental. Em relação às drogas, elas estão cada vez mais direcionadas aos tumores, não atingindo tanto as células boas”, explica Márcia Freitas.

A primeira campanha de prevenção ao câncer de mama foi em 1989, que enfatizava a importância de a mulher realizar o exame de mama. Para o vice-presidente da Sociedade Mundial de Mastologia (SMM), Ézio Novais, a informação é um grande passo para a prevenção, mas é preciso ter um melhor acesso ao diagnóstico e ao tratamento. “Em relação à saúde pública, tanto é difícil conseguir a realização do exame como, também, do tratamento”.

Ézio afirma que apenas 9% dos Estado brasileiros possuem o equipamento de mamografia. Quando a doença é detectada em fase inicial, a possibilidade de cura é de 90%.

O vice-presidente da SMM, explica que os principais fatores de risco são dois: o sexo feminino (pois homem também pode ter o câncer de mama) e a hereditariedade. Diferente do que muitos pensam, o risco da hereditariedade só é válida quando o parentesco for de primeiro grau. “Uma mulher só tem risco se a mãe, a irmã, ou a filha tiver tido a doença”, salienta Ezio Novais.

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