quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Posição dos países sobre ataque à Síria



Combatentes do Exército Livre da Síria em Aleppo
Foto: STRINGER / REUTERS
Combatentes do Exército Livre da Síria em Aleppo STRINGER / REUTERS
RIO - Enquanto cresce no Ocidente a pressão por uma intervenção internacional na Síria, e um ataque parece questão de tempo, os países aliados ao regime de Bashar al-Assad pedem prudência e advertem que uma guerra poderia ter consequências catastróficas para a região. Conheça as posições dos países:
Estados Unidos: O secretário de Defesa Chuck Hagel garantiu nesta terça-feira que os militares americanos estão prontos para agir caso o presidente Barack Obama dê uma ordem de ataque à Síria. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, acusou o governo sírio de usar armas químicas contra a sua população em bombardeios no dia 21 de agosto, que teriam deixado até 1.300 mortos, de acordo com a oposição. Kerry alegou que o regime de Assad tinha as armas e os meios para usá-las, e que, ao atacar as áreas atingidas, ocultou provas.
Reino Unido: Na quinta-feira, o Parlamento britânico votará se o país pode intervir militarmente no território sírio, em uma sessão solicitada pelos trabalhistas. Os legisladores britânicos abreviaram o fim das férias em razão da crise na Síria e de apelos da oposição, que quer explicações antes de qualquer intervenção. O primeiro-ministro David Cameron disse nesta terça-feira que um suposto ataque com armas químicas na Síria é “absolutamente repugnante” e que a Grã-Bretanha considera “uma resposta proporcional”. O chanceler William Hague havia afirmado que o ataque poderia ocorrer sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Alemanha: Insinuou pela primeira vez estar favorável a uma retaliação militar. O governo de Angela Merkel disse ter evidências críveis do uso de armas não convencionais na Síria, algo que “deve ser punido e não pode ficar sem consequências”.
França: O presidente François Hollande telefonou para Obama no fim de semana e disse apoiar uma ação militar. Segundo ele, “todas as opções estão sobre a mesa” e “tudo vai acontecer nesta semana”.
Austrália: Apoia a operação contra a Síria. “Eu não acredito que o mundo pode simplesmente fechar os olhos para o uso de armas químicas contra a população civil, resultando em cerca de 300 mortes ou mais, e cerca de 3.600 pessoas hospitalizadas”, disse o primeiro-ministro Kevin Rudd, após conversa com Obama.
Israel: Tenta se manter neutro e não apoia uma ofensiva por temer retaliações. O presidente Shimon Peres pediu que a ONU designe a Liga Árabe para criar um governo temporário capaz de acabar com o conflito.
Liga Árabe: Grupo responsabilizou o governo sírio pelo ataque químico e disse que os autores do crime devem enfrentar a justiça internacional. Em um comunicado divulgado após uma reunião no Cairo nesta terça-feira, a organização apelou aos membros do Conselho de Segurança da ONU para superar suas diferenças e tomar medidas necessárias para acabar com acabar com “as violações e crimes de genocídio que o regime sírio vem cometendo há mais de dois anos”.
ONU: Ban Ki-moon afirmou não poder deixar impune “um grave crime contra a Humanidade”.
Turquia: O chanceler Ahmet Davutoglu disse que participaria de uma coalizão internacional contra Assad se a ONU não conseguisse sanções para punir a Síria. Davutoglu classificou o ataque químico de um crime contra a humanidade. “Crime contra a humanidade não deve ficar sem resposta, o que precisa ser feito deve ser feito, é claro que a comunidade internacional enfrenta um teste” .
Rússia: Contra a intervenção. O chanceler Serguei Lavrov advertiu que os países ocidentais não têm provas de que o regime sírio esteja por trás do ataque químico. Para ele, o uso da força sem o aval do Conselho de Segurança é uma “violação rude da lei internacional”. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Alexander Lukashevich pediu à comunidade internacional prudência. “Tentativas de desconsiderar o Conselho de Segurança mais uma vez, criando desculpas artificiais sem embasamento para uma intervenção militar na região, vão produzir mais sofrimento na Síria e consequências catastróficas para outros países do Oriente Médio e Norte da África”, disse.
Irã: O governo iraniano, que apoia Assad, advertiu que a intervenção militar estrangeira poderia resultar em um conflito que se espalharia por toda a região. O Irã afirmou que os rebeldes estavam por trás do ataque químico e que o Ocidente estava usando-o como pretexto para intervir na Síria. “Queremos alertar fortemente contra qualquer ataque militar na Síria. Haverá definitivamente consequências perigosas para a região”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano Abbas Araqchi.
China: A agência de notícias oficial da China comparou o cenário atual ao do período que antecedeu a Guerra do Iraque, cujas alegações americanas sobre a existência de armas de destruição em massa acabaram sendo falsas.

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