"Estou me sentindo livre para trabalhar. Temos muita coisa para fazer nessa semana. Devemos deliberar sobre a minha ida para a Bolívia", afirmou o deputado ao ser indagado sobre as pressões para que ele renuncie por conta de suas declarações polêmicas.
Desde sua indicação para comandar o colegiado, Feliciano é alvo de protestos que o acusam de homofobia e racismo. A nova polêmica veio à tona nesta segunda, com a declaração, num culto no fim de semana, em que o deputado, também pastor, afirmar que a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, "até ontem era dominado por Satanás". A pressão já havia crescido após o deputado ter divulgado vídeo que equipara as manifestações a "rituais macabros".
Feliciano pretende ir à Bolívia para tratar da situação de torcedores corintianos presos naquele país pela morte de um menino de 14 anos durante jogo do Corinthians com o time boliviano San Jose. O deputado do PSC também tentou explicar a declaração que fez no fim de semana de que a Comissão de Direitos Humanos era "dominada por Satanás". Ele destacou que não se referia nominalmente a nenhum ex-presidente do colegiado.
"Eu não disse o nome de ninguém. Eu estava num culto, num ambiente espiritual, falando sobre coisas espirituais. Se vocês assistirem ao vídeo, minutos depois eu falei que a comissão fez um seminário com apologia ao sexo a crianças de zero a seis anos", disse.
"Isso para quem é espiritual não é coisa de Deus. Se não é coisa de Deus é do adversário. Satanás significa adversário", completou o parlamentar do PSC.
Feliciano também ressaltou que "não há crise" com a vice-presidente da Comissão de Direitos Humano, Antônia Lúcia (PSC-AC), que nesta segunda (1) afirmou que renunciaria ao posto por se sentir atingida pelas declarações de Feliciano sobre satanás. Nesta terça (2), o líder do PSC, André Moura (SE), disse que a deputada voltou atrás na decisão.
Requerimento
A reunião da bancada do PSC durou menos de uma hora e, segundo Feliciano, tratou das próximas sessões da Comissão de Direitos Humanos e da ida do parlamentar à Bolívia. O deputado também comentou o fato de a deputada Iriny Lopes (PT-ES) ter protocolado requerimento contra ele por quebra de decoro parlamentar.
"É um direito dela", disse. No requerimento entregue à Mesa Diretora da Câmara Iriny pede a instauração de procedimento administrativo disciplinar pela declaração de Feliciano de que a Comissão de Direitos Humanos era "dominada por satanás".
Ao deixar a reunião do PSC, a vice-presidente da comissão, a deputada Antônia Lúcia (PT-AC), afirmou que decidiu permanecer no posto após pedido feito pelo líder do partido. "Atendi a um pedido do partido, do nosso líder. O pastor Feliciano pediu desculpas no Twitter, telefonou, pediu desculpas e eu aceitei", disse.
"Não vi crise nenhuma. Conversei com ela e já está tudo normal", disse Feliciano. Antônia Lúcia chegou à reunião da bancada do PSC ao lado do líder do partido e não quis falar com a imprensa
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